segunda-feira, janeiro 22, 2007

Não comerei da alface a verde pétala


Conversa no msn.
*Marina* = Eu
Vitorugo = Torugo

[...]
vitorugo diz:
eu acho q ia aproveitar o carpete pra começar uma horta
vitorugo diz:
a horta ia resolver o seu problema
vitorugo diz:
vc ia ter q deixar ela sempre molhada
vitorugo diz:
ia abaixar a poeira
vitorugo diz:
e depois de 5 semanas, vc ia comer couve fresca, e não molho de tomate

*Marina* diz:
não curto plantas
*Marina* diz:
acho que elas são um desperdício de energia que poderia ser utilizado em seres mais divertidos
*Marina* diz:
como focas
*Marina* diz:
^^

vitorugo diz:
eh por isso q vou virar vegetariano
vitorugo diz:
odeio tanto as plantas q faço questão de comer elas, todas elas

*Marina* diz:
ledo engano! pela lei da oferta e da procura, qnt mais vegetarianos existirem no mundo, mas pessoas cultivarão plantas!

vitorugo diz:
na verdade, vc pode encarar isso como especie de campo de concentração de trabalhos forçados para plantas

*Marina* diz:
pode ser... mas meu ódio é mais no sentido do desperdício...
*Marina* diz:
pq a natureza gasta sua energia com plantas?
*Marina* diz:
mesmo que seja p elas serem torturadas
*Marina* diz:
pensa, considerando o universo um conjunto fechado, existe uma quantidade finita de energia
*Marina* diz:
consequentemente, cada vez que vc usa energia para produzir plantas, vc está diminuido a quantidade de energia potencial para as focas.

vitorugo diz:
isso eh culpa do capitalismo
vitorugo diz:
certeza
vitorugo diz:
eh muito mais barato fazer plantas do q focas
vitorugo diz:
a porra da planta eh soh verde
vitorugo diz:
e fica lah parada, naum sabe nem andar
vitorugo diz:
a coitada da foca tem q pular e ainda bater palmas, sem contar as milhares de pessoas q imitam elas sem pagar direitos de copyright

*Marina* diz:
isso mesmo!
*Marina* diz:
mas elas não querem copyrights! as focas são os seres mais revolucionários que existem
*Marina* diz:
por isso que o brasil não é relevante para a revolução. aqui existe uma quantidade ínfima de focas. e a maioria delas em cativeiro

[...]

vitorugo diz:
mas vc me deixou com a pulga atrás da orelha mesmo
vitorugo diz:
se as focas estão relacionadas com as revoluções
vitorugo diz:
talvez possamos trazer focas para o brasil
vitorugo diz:
e começarmos o socialismo!

*Marina* diz:
É uma ótima idéia
*Marina* diz:
talvez nós precisaremos da ajuda do Pinguim do Batman.
*Marina* diz:
ele era um comunista querendo criar as condições do socialismo florecer em Gothan City (veja a metáfora de ele congelar Gothan, tornando a cidade todo própria para a vida das focas)

vitorugo diz:
naum, naum concordo

*Marina* diz:
por isso que o Batman (defensor dos interesses ianque) derrotou ele

vitorugo diz:
como defensor da Detectives comics
vitorugo diz:
venho informá-la q o pinguim era stalinista
vitorugo diz:
tenho provas contundentes
vitorugo diz:
em um dossiê
vitorugo diz:
mas naum posso te mostrar
vitorugo diz:
mas ele era!
vitorugo diz:
o batman eh o defensor das liberdades homossexuais na nação americana!

*Marina* diz:
tudo bem... qnd eu falei comunista usei um termo abrangente. não descartei nenhuma tendência
*Marina* diz:
é aquela velha dicotomia: liberdade individual (batman) X liberdade social (pinguim)

vitorugo diz:
o batman defendia a liberdade anal

*Marina* diz:
hahahahahahahahahaha
*Marina* diz:
e há algo mais individual do que o ânus?
*Marina* diz:
pelo menos daqueles sóbreos

vitorugo diz:
ah sim, oportuno comentário: sóbreos
vitorugo diz:
poderiamos dizer então q o anus alcolizado eh o anus coletivo
vitorugo diz:
o ânus social, defendido pelo pinguim

*Marina* diz:
isso mesmo!
*Marina* diz:
ou seja, o batman e o pinguim acabavam tendo várias pontos em comum, mas nunca sentaram para ter uma boa conversa...
*Marina* diz:
falta de comunicação faz isso

vitorugo diz:
eh realmente, apesar de tudo, faltou eles sentarem juntos




"Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração D
e ter vivido sem comer em vão."
Vinícius de Moraes

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Fim de férias

Mais uma de Companhias Aéras, mais especificamente da Tam...

A epopéia:
Meu vôo saia de Aracaju 15h10 (todos os horários nesse post estãoem horário local), chegava em Salvador onde eu faria uma conexão para o aeroporto de Confins MG. Lá eu ficaria de molho um tempo no aeroporto e pegaria um vôo para Campinas. Minha chegada estava prevista para as 21h10.

Chego em Salvador e começa a confusão. Achei estranho que ao informar que eu teria uma conexão (que supostamente era conexão imediata) o funcionário da empresa me pediu para desembarcar e voltar pelo portão de embarque. Presumi que o outro vôo tinha atrasado (o que não seria surreal no aeroporto de Salvador, especialmente com os recentes eventos) e obedeci ao funcionário.

Para aqueles que conhecem o aeroporto de Salvador, devem saber que leva um certo tempo para desembarcar e voltar aos portões de embarque, é um aeroporto grande. Quando chego no lugar que me mandaram, o funcionário me avisa que aquele não era meu vôo, o que pensando bem foi até uma boa, ou eu poderia ter parado em Brasília. O funcionário vai atrás do meu vôo e diz que ele já partiu.

Ficam dois caras procurando ver se existia alguma outra conexão para eu fazer, até que decidem me mandar procurar a supervisão da Tam. Lá eu encontro na fila uma moça que queria chegar em Porto Seguro, mas devido a atrasos do vôo anterior também perdeu a conexão. Ela tinha vindo de Brasília, ido para Guarulhos e agora estava em Salvador. Já fazia umas 12h que ela tinha saído de Brasília...

Bom, sou atendida por uma funcionária bem confusa. Não sei porque em toda essa história ela é o único nome que eu lembro Verlúcia. Enquanto ela mechia em seu computador e não enchergava nenhuma boa opção para eu chegar em Campinas, fico pensado sobre seu nome:
Vera---------------Lúcia
Vera-------------Lúcia
Vera-----------Lúcia
Vera---------Lúcia
Vera-------Lúcia
Vera-----Lúcia
Vera---Lúcia
Vera-Lúcia
VeraLúcia
VerLúcia
Verlúcia

Enquanto eu fico na minha alucinação sobre o nome dela, Verlúcia conversa com seu superior e com outra funionária. Depois de quase me mandar para Belo Horizonte como destino final, eles chegaram a um consenso. Aparentemente o próximo vôo para Campinas seria na madrugada. Tudo bem, fazer o que?

Eles me deram vauchers de taxi ida e volta para o hotel que iam me deixar, além de uma para alimentação. Eu voltaria para o aeroporto 22h, para pegar o vôo das 22h30 para Guarulhos. De lá pegaria um vôo das 6h50 para Campinas.

Até aquele ponto eu pensei: ok, imprevistos acontecem. Mas eles estão sendo legais, me deixaram em um hotel para descansar. Eu chego no hotel levando um sanduíche que comprei no aeroporto. O vauche de alimentação deles só era válido em restaurantes do aeroporto... Como queria chegar logo no hotel e descansar, decidi ir no Subway e pegar um sanduíche para viagem.

Liguei para meus pais, falei que estava tudo certo. Quando fui abrir o chuveiro para tomar um banho, o telefone toca. A Tam tinha ligado para o hotel e avisado para todos os hóspedes que tinham ido lá pela companhia fossem para o loby. Eles iriam mandar uma van para pegar a gente e mudar de hotel.

Chegando lá em baixo encontro aquela moça que queria ir para Porto Seguro. Ela estava bem mais revoltada do que eu, que até aquele momento ainda estava bem calma. Sem nenhuma explicação eles nos deixam 40min esperando pela van. Nessa hora começo a me tocar de uma coisa, em menos de 2h deveria voltar ao aeroporto sem descansar nada e ficaria a madrugada toda em Guarulhos. Faria muito mais sentido eles terem me dado um hotel para ficar lá...

Toda essa demora é para nos transferir para um hotel 3 quarteirões depois do que nós estávamos. Agora eu já estou irritada. Tinha ido para o hotel com um taxista de uma companhia cadastrada pela Tam. As outras não aceitariam meu vauche de transporte. Tinha combinado com o taxista para me pegar lá 22h para ir ao aeroporto, como mudamos de hotel eu não teria como pegar o taxi daquela companhia.

Consegui com o motorista da van um número da Tam (eles não têm nenhum telefone de atendimento ao cliente, pelo menos nenhum que esteja em nenhum material deles). Ligo para lá querendo resolver a questão do meu transporte e também para ver se era possível eu dormir em Salvador e pegar um vôo de manhã para Campinas, já que já tinha perdido o dia mesmo. Não queria passar a madrugada em Guarulhos.

Acontece que o número era do setor de bagagens deles, o único que tem serviço de atendimento ao cliente por telefone. Consegui com a Bia (achei que nã lembrava nenhum outro nome, mas lembrei o da moça do setor de bagagens!) o telefone da supervisão da Tam. Depois de 1h tentando ligar para eles, a Bia me fala que o pessoal da supervisão raramente fica na sala deles e que eu teria que continuar ligando até ter sorte de um deles atender.

Já muito puta da vida, decidi pelo menos tomar um banho. Fiquei mais 40 min ligando para a Tam e nenhuma resposta. Consegui o nome da companhia de taxi com uma funcionária do hotel e o número deles ligando no 102. Sem dormir nada e ainda muito irritada, vou para o aeroporto e pego o vôo para Guarulhos.

Nesse meio tempo minha mãe ligava para a Tam lá de Sergipe e foi muito mal-tratada. Diziam que a culpa era minha se eu tinha perdido o vôo e eu que devia me virar... Minha mãe já é nervosa com tudo, agora estava já desesperada.

Chego em Guarulhos umas 2h30 e tenho que esperar até 6h50 pelo vôo. Acho um daqueles bancos que não tem divisórias entre os dois e deito. Meu pescoço doi, então eu tiro o casaco e uso como travesseiro. Fico assistindo o jogo do Machester United contra os Celtics. Durmo na cadeira. Acordo mais tarde com frio. Visto o casaco, coloco uma pasta embaixo da cabeça, viro de lado e durmo.

Uma cena daquelas que já viraram tão comuns nos aeroportos do Brasil. Mas dessa vez não tinha como se culpar os controladores de vôo ou os radares precários e pontos cegos na Amazônia. Era tudo pura incompetência da Tam.

Finalmente acordo meio resfriada. Vou tomar um chocolate quente e um pão de queijo. O avião chega e parte quase vazio para Campinas. O vôo dura apenas 10min e eu não consigo deixar de pensar que eles podiam ter pelo menos me explicado o porquê da demorar, a razão pela qual me trocaram de hotel, o motivo de não terem nenhum tipo de atendimento ao cliente...

Enfim, chego a Campinas e mais um pequeno susto, minha bagagem não tinha chegado. Um senhor estava carregando as bagagens das pessoas daquele vôo que desciam em Campinas, já que só tinha eu e mais uma mulher com bagagens. Os dois outros jovens que desceram conosco levavam bagagem de mão. Pedem meu ticket de bagagem. Eu entrego ao senhor, avisando que era uma mala bem grande e vermelha, não deveria ser assim tão difícil de achar...

Mas a mala não estava no avião. Falei todo meu percusso, o vôo que peguei e qual realmente deveria ter ido. Falei que a Verlúcia em Salvador me assegurou que a bagagem estava em Salvador e que ela colocaria minha mala no vôo que eu peguei no final, indo para Guarulhos e Campinas.

Bom, pelo jeito ela não cumpriu o que disse, mas pelo menos minha mala estava em Viracopos. Ela tinha chegado um dia antes do que eu, no vôo que eu deveria ter ido. Chega até a ser engraçado porque eu já tinha imaginado que isso iria acontecer.

Finalmente pego um taxi e chego em casa. Uma casa que parece tão estranha agora. Deito em minha cama e tento dormir. Por muito tempo não consigo. Mas no final adormeço e simplesmente espero as férias terminarem e a vida recomeçar.