terça-feira, junho 27, 2006

P.s: A quem possa interessar

Desculpa.
Desculpa por ser orgulhosa.
Desculpa por refletir em você questões do meu passado.
Desculpa por me deixar levar pelas minhas emoções e esquecer que o mundo todo não lê mentes.
Desculpa por não te avisar que você tocou um nervo.
Desculpa por tentar ter raiva de você.
Desculpa por não ter conseguido.
Desculpa por falar isso por um blog.
Desculpa por ter chorado.
Desculpa por ter escrito isso várias vezes.
Desculpa por não ter conseguido publicar mais vezes ainda.
Desculpa por te confundir.
Desculpa pelas várias vezes que não te disse o quanto você é importante para mim.
Desculpa por tentar te entender.
Desculpa por muitas vezes conseguir.
Desculpa por tantas desculpas assim.
Desculpa por ter medo de te perder.
Desculpa por ter medo de mudar.
Desculpa.

Will & Grace

Por me mostrar que tudo um dia acaba.


~Hoje descobri que não superei, que não esqueci. Fantasmas do passado estão de volta.

You're My Best Friend

Ooo, you make me live
whatever this world can give to me
it's you, you're all I see
Ooo, you make me live now honey
Ooo, you make me live

You're the best friend
that I ever had
I've been with you such a long time
you're my sunshine
and I want you to know
that my feelings are true
I really love you
you're my best friend

Ooo, you make me live

I've been wandering round
but I still come back to you
in rain or shine
you've stood by me girl
I'm happy, happy at home
you're my best friend
.
Ooo, you make me live
whenever this world is cruel to me
I got you, to help me forgive
Ooo, you make me live now honey
Ooo, you make me live.

You're the first one
when things turn out bad
you know I'll never be lonely
you're my only one
and I love
the things that you do
You're my best friend

Ooo, you make me live.

I'm happy, happy at home
You're my best friend
you're my best friend
Ooo, you make me live
you, you're my best friend.

(Queen)

terça-feira, junho 20, 2006

Saudades

Pretendia escrever melhor sobre isso, mas vai esse texto ainda meio não-acabado... E essa figura está aí porque estou em clima de Chaggal em minha vida. Não era exatamente o quadro que eu procurava, mas me passou uma sensação morna e, não sei porque, um tanto blasé (apesar de o quadro não ter nada de blasé), que me é familiar.






Eu não sinto saudades.
Ou pelo menos não aquela saudade que as pessoas esperam. Algumas pessoas já me chamaram de insensível quando eu disse que não sentia falta da minha casa, da minha família, de meus amigos. Mas eu notava que, para essas pessoas, a saudade era um tipo de culpa. Culpa por continuar vivendo longe de pessoas que fizeram grande parte de suas vidas.
Senti falta sim de algumas coisas. Acho que a parte mais difícil é estar em um ambiente com referências culturais diferentes das minhas. Onde as pessoas não comemoram dia do folclore na escola ou não têm feriado nas festas juninas. Engraçado que essas pequenas coisas eram tão naturais para mim, que nem pensei que iria sentir falta.
Mas sentir falta daquilo que nunca tive. Esse é o pior tipo de saudade. Sentir falta de uma idéia, de uma perspectiva. Porque, no final, são idéias que nos norteiam. Que mostram quem somos.
Acho que os sonhos de uma pessoa, mesmo que não se realizem, tornam essa pessoa quem ela é. Quando perdemos esses sonhos, essas idéias que ficavam no fundo de nossas mentes, esse é o momento que nos perdemos.

Eu sinto falta do futuro.

domingo, junho 11, 2006

With a little help from my friends

Retrato da semana e uma pequena homenagem a meus amigos que sempre me dão uma ajudinha

~What would you do if I sang out of tune,
Would you stand up and walk out on me?
Lend me your ears and I'll sing you a song
And I'll try not to sing out of key.

Oh, I get by with a little help from my friends
Mm, I get high with a little help from my friends
Mm, gonna try with a little help from my friends

What do I do when my love is away
(Does it worry you to be alone?)
How do I feel by the end of the day,
(Are you sad because you're on your own?)

No, I get by with a little help from my friends
Mm, I get high with a little help from my friends
Mm, gonna try with a little help from my friends

Do you need anybody
I just need someone to love
Could it be anybody
I want somebody to love ~

P.s: Odeio linguagem fática

segunda-feira, junho 05, 2006

Devaneios na altitude parte 3

Todas essas análises que fiz vieram agora ou em alguns outros momentos na minha mente. Quem sabe se elas são realmente as justificativas?
Eu simplesmente me encantava em voar, não era algo racional ou premeditado.
Nunca fui aquele pessoa que se enche de revistas ou livros na hora de voar - quer dizer, até comprava uma da turma da Mônica, mas era só parte de um ritual. Eu não precisava de distrações durante o vôo, nem de análises. Será que as pessoas não notavam a experiência maravilhosa que estavam perdendo?

*Uma pausa para ver as luzes de Salvador.
Por que sempre achei mais belas as luzes da cidade do que qualquer criação da natureza?
Pobre Deus, que narcisísitca inveja deve ter de sua criação... *

Hoje por algum motivo, foi diferente. Fui voar como se fosse à praça. Sem nenhum ritual ou cerimônia, sem nenhum deslumbramento.
Trouxe Budapeste para terminar de ler. Trouxe a Veja para me distrair. E, golpe de misericórdia, comprei um livro de Saramago na banca de Viracopos.
Mas todas essas tarefas que criei para mim, eu já cumpri. Esse foi o momento em que decidi escrever.
Sempre que voava eu tinha vontade de escrever grandes idéias e sentimentos que surgiam no avião e eu nunca tinha papel e caneta para registrar.
As idéias que surgem no ar, não pertecem ao nosso mundo cotidiano. São etéreas e nos escapam assim que colocamos os pés no solo. Idéias tão grandiosas não me surgiram hoje. Eu não cumpri minha parte do pacto. Eu trouxe elementos impuros - distrações, caneta, meu caderno de folhas laranjas - ao meu etéro santuário do ar. Profanei o ritual.
Pelo menos escrevi.
Tinha deixado de escrever em meu auge. Quer dizer, hoje não sei se estava em um ponto de máxima ou de inflexão.
Perdi aquilo que estava por vir. Deixei de lado a leitura e a escrita que sempre foram meu lar. Foi necessário. Esse foi meu sacrifício para seguir o caminho que imaginei ainda em minha infância.
"Mas valeu a pena? Tudo vale a pena quando a alma não é pequena" F. Pessoa
Agora saio do meu santuário sobre asas. Um dia todos temos que sair. Volta a casa de meus pais - sim, já não mais a vejo como minha. Volto à mangaba, ao parque da semesteira, à infância.
Agora devo viver onde quer que esteja. Não tenho mais a desculpa de estar "andando no ar".
Até impressionantemente pouco tempo eu acreditava que podia voar. Tinha sonhos muito realistas nos quais flutuava. Não era como a maioria das pessoas quem em sonhos voam como o Super Man. Eu me esforçava muito, tinha técnica e flutuava a uns dois palmos do chão em minha casa mesmo... Os sonhos, por serem tão realistas, se infiltraram em minha mente. Ao ponto que se me perguntassem quando distraída, antes da voz reguladora da razão poder interceder, se eu consigo voar, a resposta que me vem é SIM.

As luzes da cidade, como são belas...
Agora eu volto. Volto ao solo.

Tripulação preparar para o pouso.

Luzes de Aracaju