terça-feira, junho 20, 2006

Saudades

Pretendia escrever melhor sobre isso, mas vai esse texto ainda meio não-acabado... E essa figura está aí porque estou em clima de Chaggal em minha vida. Não era exatamente o quadro que eu procurava, mas me passou uma sensação morna e, não sei porque, um tanto blasé (apesar de o quadro não ter nada de blasé), que me é familiar.






Eu não sinto saudades.
Ou pelo menos não aquela saudade que as pessoas esperam. Algumas pessoas já me chamaram de insensível quando eu disse que não sentia falta da minha casa, da minha família, de meus amigos. Mas eu notava que, para essas pessoas, a saudade era um tipo de culpa. Culpa por continuar vivendo longe de pessoas que fizeram grande parte de suas vidas.
Senti falta sim de algumas coisas. Acho que a parte mais difícil é estar em um ambiente com referências culturais diferentes das minhas. Onde as pessoas não comemoram dia do folclore na escola ou não têm feriado nas festas juninas. Engraçado que essas pequenas coisas eram tão naturais para mim, que nem pensei que iria sentir falta.
Mas sentir falta daquilo que nunca tive. Esse é o pior tipo de saudade. Sentir falta de uma idéia, de uma perspectiva. Porque, no final, são idéias que nos norteiam. Que mostram quem somos.
Acho que os sonhos de uma pessoa, mesmo que não se realizem, tornam essa pessoa quem ela é. Quando perdemos esses sonhos, essas idéias que ficavam no fundo de nossas mentes, esse é o momento que nos perdemos.

Eu sinto falta do futuro.

2 comentários:

Anônimo disse...

Wow! suuuper marina!
adorei o texto e o seu blog todo... as vezes sinto saudade de coisas que nunca nem fiz, vai entender? rs...
Beijao! se cuida

Anônimo disse...

boa citação da saudade como culpa... é, saudade de coisas que nunca tivemos é a pior das coisas... e bom, já que é saudade o tema aqui... to com saudades de vc marinaaaaa!!!